ESCRITA POR UM DOS MELHORES ROTEIRISTAS DE HOLLYWOOD E DIRIGIDA EM 2007 POR JOHN MALKOVICH, A PREMIADA PEÇA “O BOM CANÁRIO” ESTREIA DIA 12 NO TEATRO POEIRA, COM DIREÇÃO GERAL DE CAMILLA AMADO
Com texto do norte americano Zacharias Helm e tradução do cineasta Mauro Lima, “O Bom Canário” estreia em 12 de janeiro, no Teatro Poeira, sob direção geral de Camilla Amado, direção de Rafaela Amado e Leonardo Netto, realização da Chaim Produções e com Flávia Zillo, Érico Brás, Joelson Medeiros, Leandro Castilho, Marcos Acher, Roberto Lobo e Sara Freitas no elenco.
“O Bom Canário”, de Zacharias Helm, considerado um dos melhores autores de cinema de Hollywood, foi apresentada na França em 2007, sob direção de John Malkovich. Na época, a peça recebeu, em Paris, o maior número de indicações para o Moliére: 6. Também ganhou o Crystal Globe Award. Zach Helm é roteirista dos filmes “Mais Estranho que Ficção” - com Emma Thompson e Queen Latifah - e “A Loja Mágica de Brinquedos” - com Dustin Hoffman e Natalie Portman - no qual também assumiu a função de diretor.
A atriz e protagonista de “O Bom Canário”, Flávia Zillo, assistiu ao espetáculo dirigido por Malkovich e conta sua reação: “Fiquei impactada com a força da personagem. A Annie foi gordinha quando adolescente. Para emagrecer começou a tomar anfetaminas e ficou viciada”. A diretora geral da montagem brasileira, Camilla Amado, ratifica e explica o impacto da atriz, “Annie, a personagem, tem uma singularidade emocional inteiramente assumida, mas como é difícil assumir isso, ela toma anfetaminas para se manter singular, por mais contraditório que pareça. Ao mesmo tempo numa sociedade massificada é difícil se apresentar como singular. Se apresentar como drogada é menos pior, pois se está de alguma forma inserida no contexto. A personagem se aceita exatamente como ela é, com imperfeições, limites, perdas, sonhos não realizáveis, as qualidades – ou seja, ela aceita sua singularidade”.
“O Bom Canário” conta a história de um casal: Jack (Joelson Medeiros), escritor, romancista com grande futuro e Annie (Flávia Zillo), dona de casa e viciada em anfetaminas desde a adolescência. Apesar dos supostos problemas, o casal vive bem, se ama e é feliz. Charlie (Érico Brás) é um editor que trabalha na indústria literária pornográfica, e vê no romance de Jack, a chance de realizar um grande projeto e ganhar dinheiro. Transitando entre o mundo das artes, a escrita, as drogas, o amor, a ambição, “O Bom Canário” fala sobre padrões, loucura, individualidade, concessões e tudo que nos torna humanos e complexos. Utilizando uma linguagem realista na direção, Rafaela Amado diz que “buscou valorizar o elenco e reforçar a história de cada personagem, trabalhando a fragmentação da vida comum, das relações, dos amores. A história é contada por si só, pois é um texto muito ágil. O autor trabalha com cinema, então esse ritmo rápido e autônomo ficou impresso na peça”. Leonardo Netto, co-diretor e responsável pela trilha sonora da peça, detalha: “é como se fosse um diretor só. Conseguimos uma unidade de pensamento. O desafio é fazer com que tenha a densidade necessária, sem ficar excessivamente dramática, sem passar do ponto. O Bom Canário não é uma peça careta, propõe situações surpreendentes”.
A iluminação, assinada por Luiz Paulo Nenen, trabalha o conceito de oposição, fragmentação, recorte da época moderna. Já o cenário de Marcelo Lipiani e Lídia Kosovski, indicados ao prêmio Shell 2011, se transforma durante a peça com a ajuda dos próprios atores. Sem mudar os elementos básicos, modificando apenas a posição ou acrescentando detalhes, cada cena tem um cenário diferente.
Ambientado na fria Nova Iorque recriada através dos figurinos de Ney Madeira, o espetáculo mostra uma atmosfera invernal com cores neutras e sóbrias. “Temos como referência a intelectualidade de escritores e editores americanos, o que valoriza a estética, mas prioriza o conforto. Todo trabalho de figurino é feito em sintonia com o cenário”, explica Ney.
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