Olá, queridos amigos!
Nosso Sarau da última quinta-feira do mês foi lindo! Houve uma troca de afetos de enternecer os corações. E para quem perdeu essa troca, convidamos todos a assistir os próximos eventos de nossa Casa Poema e trazerem novos amigos para o convívio dessa arte tão singela que é a Poesia.
Abaixo seguem as datas dos próximos eventos.
Dia 29 de novembro às 20h (terça-feira):
Apresentação dos alunos e professores da Escola Lucinda de Poesia Viva com Recital Poético, dizendo as poesias da querida, grandiosa e humilde poeta de todos os tempos, Cora Coralina. Vale conferir o resultado deste belo trabalho, ministrado pelos nossos ilustres professores Daniel Rolim e Marcelo Demarchi, que ensinam a dizer poesia de uma forma lúdica e muito bem humorada.
Entrada: um livro de poesia novo ou usado, para nossa singela biblioteca poética.
Dia 30 de novembro a partir das 19h (quarta-feira):
A Casa Poema abre suas portas para o lançamento do livro “A cor da palavra” do artista plástico e poeta nascido em Belém do Pará, Urian Agria de Souza.
Venha participar deste belo momento com a gente, e traga quem te faz bem!
Dia 01 de dezembro às 20h (quinta-feira):
Recital poético com poesias desta emocionante poeta Cora Coralina, apresentado pelos alunos e professores da escola, resultado de um trabalho carinhoso e atencioso de nossa querida mestra-discípula, Geovana Pires.
Venha conferir o resultado deste intenso e comovente processo, vivido em várias sessões de aulas que tem um ar de “momento de terapia do riso.”
Para quem ainda não conhece nosso trabalho e o espaço cultural Casa Poema, convidamos com carinho para adentrarem nossas portas. Aqui na nossa casa, funciona uma escola de poesia viva, onde se ensina a falar poesia de um modo coloquial, “sem ser chato”.
As aulas abertas continuam:
segunda-feira, das 20h às 22h
quarta-feira, das 10h às 12h
Você pode vir simplesmente curtir uma aula com a gente. Aqueles que assistem a primeira aula e se inscrevem em seguida, ficam isentos da taxa de inscrição.
Lembrando que estudantes e professores, têm 20% de desconto em nossos cursos.
Nossas Oficinas acontecerão em janeiro e fevereiro. Os que aguardavam ansiosos, já podem reservar sua vaga!
Qualquer dúvida, só entrar em contato:
(21)2286-5977 / 2286-5976
Abraços poéticos,
equipe casa poema.
Abaixo, segue uma crônica de nossa querida Elisa Lucinda.
COMO É BOM VER DILMA CHORAR!
Na seqüência do acontecimento histórico na cidade do Rio de Janeiro onde finalmente o Estado chegou à comunidade da Rocinha, ouro humano situado ao lado da alta burguesia carioca, eu vi a presidente Dilma chorando na televisão por conta do emocionante encontro que teve com crianças especiais e ocasião em que se diz com todas as letras como é bom ser presidente numa hora dessas porque tem o poder de entender o olhara responsável do governo sobre crianças e adultos especiais e deficientes. Digo isso não porque queira ver a presidente sofrer. Nada disso. Que fique bem entendido. O que me encanta é ver um coração feminino, materno, pulsando ali; a reger sua inteligência, a pesar na balança das decisões oficiais cuja burocracia acaba por tornar indigno o caminho onde o Estado deveria exercer com humanidade e competência o seu dever para com os seus filhos. Quando a vi também em rede nacional admitindo falhas na saúde publica brasileira e determinada a revolucionar o setor, chamando inclusive à responsabilidade os hospitais privados , senti a mesma linha de inteligência emocional em ação. Acho que, com todo pulso que a nossa presidente tem, no recheio de sua competência estão também as vocações altruístas do gênero feminino.
É de tarde. Olho o Rio de Janeiro, vejo as noticias da" Nova Rocinha" na TV. A civilidade chegando ali agora. As cem mil toneladas de lixo só agora sendo removidas. Os novelos de fios de" gato" tendo a sua avant premiére com a Light e, o mais raro de tudo a polícia fazendo o seu serviço sem ferir àquelas inocentes vidas. Meu Deus, como podem todos esses políticos terem dormido até agora? Quero saber o nome do seu poderoso calmante. A sociedade vem pagando o preço dessa omissão, perdendo os seus jovens para o crime, perdendo seus quase cidadãos que morreram sem conhecer teatro, cinema, livro, educação. Um pais que perde o seu povo perde o irreparável . Queria que todos os governos de todos os Estados levassem a saúde cidadã aos nossos morros, às nossas periferias onde quem ainda manda é o crime. Vitória, Salvador, Brasília, Recife, etc. Isso só falando em capitais. Quando vejo a ação das UPPS aqui na minha cidade me dá vontade de acionar o Estado pelo danos retroativos, pelo anos de abandono para com os cidadãos que, obrigados a receberem as migalhas dos serviços públicos, não dispõem de uma via de mão dupla onde possam livremente transitar na exigência de seus direitos .Não é possível que a mesma política que exclui de seu futuro os pobres, os pretos, os sem saneamento, os sem terra, os sem escola, seja tolerante com ladrões de fino trato. Não pode ser que, por causa de uma inadimplência no valor de dez reais um cidadão tenha seu crédito suspenso; que, pelo furto de uma galinha um indivíduo seja preso junto a outros sórdidos assassinos, enquanto dentro da mesma República ratos fazem a festa na cama da impunidade e na aparente imunidade de seus mandatos. Uma injustiça dessa não se sustenta eternamente, e é impossível olhar para ela tendo um bom coração, sem chorar.
Deitada na tarde de meu quarto fiquei acompanhando as notícias da Rocinha. Vendo com carinho e irmandade a beleza dos morros, a vista maravilhosa que se tem de um boteco no alto da colina de onde se vê Pão de Açúcar, Cristo Redentor, Leblon, Dois Irmãos, Pedra da Gávea e mar. Quer mais? Pois por uma vista mais limitada do que essa se paga milhões nessa cidade! Lembrei que fui convidada por Guti, o grande artista mentor do vitorioso projeto de teatro "Nós do Morro", lá do Vidigal, a dar uma oficina lá. No celeiro de onde saiu Roberta Rodrigues, Jonathan e outras estrelas do filme "Cidade de Deus". Dei aula de poesia falada para aqueles jovens atores em formação. Mas na Rocinha nunca subi em vinte e cinco anos de Rio de Janeiro. Chocante! Na tela, enquanto o meu pensamento viaja na inclusão, no desfazer da cidade partida que essa pacificação tem trazido, aparece um pai trabalhador dizendo assim: "Pra mim é um alívio, um milagre o que está acontecendo. Eu já não agüentava mais. Sou trabalhador, luto muito para sustentar a minha família, para não faltar nada. Me sinto um bom brasileiro, mas um dia meu filho de cinco anos me perguntou vendo tantos traficantes na rua circulando com o seu armamento: Pai, porque todo mundo tem arma e só a gente que não tem? Respondi que era porque a nossa família é de trabalhador, mas nessa hora ficou parecendo que o certo era errado e o errado era certo." O pai da TV ficou emocionado. E eu que não sou presidente nem nada comecei a chorar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário