Caminhando na Estrada Cultural

sábado, 10 de abril de 2010

Marcinha todos estamos ao seu lado!!!!!!!!!!!!

''Não vou esconder a doença de ninguém. Vou lutar de frente contra ela.'' Com essas palavras, a atriz Márcia Cabrita, 46 anos, resumiu o seu estado de espírito, após descobrir um câncer no ovário, em conversa com os colegas do espetáculo Tango, Bolero e Chá Chá Chá, dirigido por Bibi Ferreira, que estreou em 18 de março no Teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro. Foi durante os últimos ensaios do musical que a atriz sentiu dores na região abdominal. Márcia chegou a participar dos ensaios abertos entre os dias 11 e 14 e, na segunda-feira (15), passou por vários exames, quando foi diagnosticado um câncer. O médico avisou que ela precisaria se submeter a uma cirurgia de emergência para a retirada de um cisto, que passaria por uma biópsia. Ao saber da notícia, a atriz explicou a situação aos colegas de trabalho. ''Ela não quer se afastar do espetáculo e disse que, enquanto tiver condições de se apresentar, estará nos palcos. Márcia estava abalada, como nós ficamos, mas se mostrou forte. Vemos casos como o da Hebe Camargo, da Drica Moraes, do Duda Ribeiro, que estão aí lutando, otimistas. Ela disse que lutará contra a doença e que vai encarar de frente'', contou o ator Edwin Luisi, 63, protagonista da peça. ''O fantasma é pior que a realidade. Já conversei com minha família e meus amigos e descobri várias pessoas que passaram por isso e hoje estão bem'', disse Márcia Cabrita ao colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo. A atriz se internou no Hospital Quinta D'Or, no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, para se submeter à cirurgia ainda na segunda-feira (15) e recebeu alta dois dias depois. Ela pediu aos médicos e ao hospital para que não divulgassem nenhuma informação, pois queria se preservar. Na sua ausência, foi substituída pela assistente de direção Carolina Loback nos ensaios, e já na quinta-feira de estreia (18), fez questão de estar no palco. ''Ela quis participar, mas na cena final, em que há uma sequência de dança, a Carol fez no lugar dela. Até expliquei ao público que ela se recuperava de uma cirurgia, mas que estava bem'', disse Edwin. ''Estamos torcendo muito e na luta junto com ela'', declarou o colega de cena. Recado tranquilizadorNa quarta-feira (31), Lília Cabrita, 52, irmã da atriz, atendeu a todos os telefonemas na casa da Márcia, na Gávea, e avisou que Márcia prefere não comentar o assunto, apenas mandou um recado para tranquilizar os fãs dizendo que ela está reagindo bem ao tratamento que iniciou no dia 18: ''Márcia pediu para dizer que está bem, está fazendo a quimioterapia e amanhã estará na peça. Ela ficou abalada ao saber da notícia, mas está confiante.'' Ainda segundo Lília, Márcia não precisou se internar para fazer o tratamento. Desde a estreia, ela se ausentou pouco mais de cinco vezes do grupo, mas não quer se afastar dos palcos. ''O espetáculo de hoje foi ótimo. Ela começou o tratamento e está superconfiante. O palco revigora. Fazemos questão que ela faça a peça. O Edwin até criou uma piada nova para a personagem dela (a empregada Genevra). Ela foi superaplaudida'', comentou Maria Clara Gueiros, que também faz parte do elenco, na quinta-feira (25). Uma a cada 70 mulheresSegundo o chefe do serviço de Ginecologia do Instituto Nacional do Câncer (Inca) do Rio de Janeiro, Luiz Mathias, o câncer no ovário atinge uma a cada 70 mulheres. ''É considerado um caso raro se comparado ao câncer de mama, que atinge muito mais mulheres. Existe dados de 10% da doença por questões hereditárias, mas a pílula anticoncepcional é uma forma de prevenção'', explicou o médico em conversa com CONTIGO!. Ele disse que os sintomas da doença que atingiu Márcia em estágio inicial são bastante vagos. ''A mulher urina mais vezes, sente algumas dores. Quando o estágio é mais avançado, é comum sentir ainda inchaços na barriga, que fica meio dolorida'', contou. O especialista diz que é possível saber se o tumor é maligno por meio de exames de ultrassonografia e tomografia computadorizada. O tratamento é feito com quimioterapia e cirurgia. ''A partir do momento Márcia Cabrita em que é feito o diagnóstico do tumor, a paciente se submete a uma cirurgia para a retirada do ovário, do útero e de parte da gordura que envolve o estômago. Se a cirurgia não é realizada na fase inicial, é possível que o médico aguarde para fazer o processo definitivo mais para frente, após algumas sessões de quimioterapia. Mas se a doença for detectada no início, basta remover apenas o ovário afetado'', explica.Embora pareça um bicho de sete cabeças, Luiz Mathias fala sobre a doença com naturalidade. ''Mulheres com mais idade têm possibilidade de cura de 50% através do tratamento. São várias etapas, mas se ela reagir bem nessa fase inicial, como é o caso dela, já é um bom sinal. Às vezes não é tão doloroso, apesar das altas doses de remédios e da queda de cabelo. Não é para encarar a doença com pessimismo. No caso do câncer de pulmão, a estimativa de cura é 80% menor, portanto, não podemos encarar o índice de 50% como ruim'', avalia o especialista. Além da família, que está bem próxima da atriz, os amigos estão ao lado dela para dar força e ânimo. ''A Márcia recebeu a notícia do câncer com muita coragem. Ela continuará na peça e só vai se ausentar se receber alguma orientação médica para isso. Ela comunicou à equipe da peça com naturalidade e está reagindo muito bem ao tratamento, graças a Deus. Márcia se apresentou no fim de semana normalmente e nos próximos dias estará nos palcos de novo'', disse o produtor executivo do espetáculo, Lucas Mansour. ''Fazemos energia positiva para ela. Já estive com ela mais cedo e vi que ela está bem, fazendo o tratamento direitinho e confiante'', vibrou Carlos Bonow, que também atua no espetáculo. Feliz no papel de mãeNascida em Niterói, Márcia Cabrita é mãe de Manuela, 9 anos, do seu casamento com o psicanalista Ricardo Parente, 51, de quem se separou há seis anos. É tão feliz no papel de mãe que costuma dizer que, se imaginasse que era tão bom, teria tido vários filhos. O fim do casamento foi um período delicado, já que a filha era pequena e ela não queria que a menina sofresse. Por isso, dedicou boa parte do seu tempo à garota para que essa difícil fase fosse superada sem traumas. Amigos da atriz, de humor contagiante, comentam que nem mesmo neste momento delicado ela tem se deixado abalar. ''Na quinta-feira (25), quando voltou a se apresentar, ela estava muito animada e feliz. Está enfrentando tudo de frente e estamos dando muita força. Ela não se deixa abater'', confirmou Mansour.

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