COMÉDIA MUSICAL DIRIGIDA POR
JOÃO FONSECA, COM TEXTO E 3 CANÇÕES INÉDITAS DE ARTUR XEXÉO, “ZÉ
TRINDADE: A ÚLTIMA CHANCHADA” ESTREIA AMANHÃ DIA 24 NOS CORREIOS
Espetáculo com elementos biográficos e ficcionais homenageia e conta a trajetória de um dos maiores nomes nacionais do humor
Espetáculo com elementos biográficos e ficcionais homenageia e conta a trajetória de um dos maiores nomes nacionais do humor
“É chato ser gostoso”, “Em matéria de
mulher, como vamos?”, “Mulheres, cheguei!”, “O negócio é perguntar pela
Maria”, “ Caiu na risada, considero castigada”, “Tá mais vazia que
barriga de pobre”, esses e outros bordões consagraram Milton da Silva
Bittencourt, o Zé Trindade, como um dos principais humoristas do país,
agora homenageado na comédia musical “ Zé Trindade: A última chanchada”
idealizado por Eduardo Barata, com texto de Artur Xexéo e direção de
João Fonseca. “Não escrevi uma biografia convencional. O João Fonseca
embarcou na chanchada. O espetáculo desde o início é uma comédia
rasgada, ingênua, mas engraçada, com a
estrutura das chanchadas: muito humor e música” revela o autor. “O que
eu acho mais legal no texto do Xexéo é que ele não é uma biografia, é
uma homenagem à comédia e aos comediantes“, retribui João. Com
2 músicos e 8 atores que cantam ao vivo, “ZÉ TRINDADE: A ÚLTIMA
CHANCHADA”, realizado com o Prêmio de Montagem Cênica e patrocínio dos
Correios, estreia em 24 de outubro no Centro Cultural dos Correios.
O espetáculo que conta com elementos
biográficos e ficcionais, se passa em 2008 e mostra Zé Trindade morando
no céu, porém insatisfeito com a “super nuvem” onde reside. Para mudar
de “super nuvem”, Zé recebe uma missão. O ator é enviado de volta a
Terra por São Genésio, santo protetor dos comediantes, a fim de
convencer, em apenas 60 minutos, um autor em crise criativa a escrever
um espetáculo sobre sua trajetória. No céu Zé encontra Dercy Gonçalves,
um assessor de imprensa do São Genésio, duas anjas, entre outros. Paulo
Mathias Jr encarna o personagem título. “Eu não estou conseguindo
dormir de ansiedade com a estreia. Assisti todos os filmes e
documentários sobre o Zé. Treinei muito a postura, gestual e o registro
da voz, que era muito característico”, detalha Mathias que este ano
completa 21 anos de teatro. Alice Borges faz Dercy Gonçalves. Completam o
elenco: Rodrigo Fagundes,
Rodrigo Nogueira, Helga Nemeckzy, Alexandre Pinheiro, Luisa Viotti e
Nêga, além de Mig Martins, violonista, e Lucas Loureiro, percussionista.
João Fonseca, responsável
pela direção de grandes sucessos de público e crítica como “Tim Maia –
Vale Tudo” e “Cazuza – Pro dia nascer feliz”, comenta sobre o projeto: “Trabalhar
com um espetáculo sobre o Zé Trindade, em relação ao Tim e ao Cazuza,
pra mim não faz diferença. O Zé foi muito popular, talvez mais que o
Cazuza e o Tim, mas na época dele. As pessoas não lembram porque o Zé é
pré televisão, ele fez muito teatro, cinema e rádio, e é exatamente essa
a função do espetáculo, dar luz à obra e trajetória desse artista. É
muito legal poder fazer essa
homenagem e trazer esse trabalho para as novas gerações”.
Ator, músico, compositor, poeta, comediante de rádio, tv e cinema, Zé
Trindade gravou mais de 200 músicas, participou de 39 filmes, escreveu
dois livros de humor e um de poesia. Criador do tipo “anti galã conquistador”, pois era baixo, gordinho e com um inconfundível bigode fino, o humorista fazia sucesso no rádio, cinema e também com as mulheres. A
história da gíria “paquerar” surgiu com os amigos caçadores. Segundo
ele, apesar de não gostar de caçar, acompanhava os
amigos e na gíria de caçador, paquerar é ficar na paquera, esperando a
caça – a paca – sair. ”O Zé Trindade era engraçado falando qualquer
coisa. Ele tinha um jeito cômico natural. Hoje o humor tem outro tempo.
Ele tirava graça de toda situação, não era a piada pela piada”, diz
Paulo Mathias Jr completado por João Fonseca, “ tenho a lembrança de
vê-lo e simpatizo com o Zé. De todos os comediantes, ele era o que eu
mais gostava, tinha uma coisa especial”.
Com biotipo e talento insuperáveis para a comédia, Zé
Trindade nasceu em 1915 numa tradicional família baiana e começou a
mostrar o seu potencial muito jovem, por volta dos 11 anos de idade,
ainda na Bahia. Conquistava a atenção e roubava boas gargalhadas dos
clientes de um Hotel onde trabalhava como boy. Dentre os clientes mais
ilustres estavam Dorival Caymmi e Jorge Amado. Em 1935 entrou para a
Rádio Sociedade da Bahia, integrando o elenco do programa Teatro Pelos
Ares, onde vivia um bêbado. Chega ao Rio de Janeiro no ano de 1937 e
ingressa na Rádio Mayrink Veiga, completando o elenco de humoristas. Nos
15 anos seguintes seria o melhor cômico do rádio. Na TV chegou a
trabalhar com Chico Anysio, além de integrar o elenco do programa
humorístico Balança, mas Não Cai.
Zé Trindade fez uma carreira cinematográfica de
sucesso. Sua estreia no cinema foi em 1947 no filme “O Malandro e a
Granfina”. Depois vieram: “O Cavalo 13”, “Fogo na Canjica”, “Anjo do
Lodo”, “Tocaia”, “O Rei do Samba”, “O Primo do Cangaceiro”, “Tira a Mão
Daí”, “Genival é De Morte”, “Treze Cadeiras”, “Rico Ria à Toa”, “Maluco
Por Mulher”, “Garotas e Samba”, “Na Corda Bamba”, “O batedor de
carteiras”, “Espírito de Porco”, “Mulheres à Vista”, “Viúvo Alegre”, “Os
três Cangaceiros”, “Mulheres, Cheguei!”, “Bom Mesmo é Carnaval”, “Assim
Era a Atlântida” e
“Um Trem Para as Estrelas”, última atuação de Zé Trindade aos 72 anos de
idade. O filme de 1987, do diretor Carlos Diegues, concorreu à Palma de
Ouro no Festival de Cannes.
De 1954 a 1963, Zé Trindade gravou 25 discos de músicas nordestinas, com trovas e pensamentos. Ele gostava de letras temáticas: marchinhas, músicas de carnaval, natal e São João. Para o espetáculo, além das composições do Zé, Artur Xexéo fez 3 canções inéditas. “Senti a necessidade de criar canções diferentes do estilo do Zé Trindade, como a valsinha do protagonista e sua esposa, Cleusa. Meu processo é ficar cantando a música para não esquecer”, conta o autor-compositor. João Bittencourt, diretor musical, diz: “o que me chama atenção é que todas as letras e músicas têm muito humor”. No total são 13 canções entre marchinhas de carnaval, guarânias, samba, quadrilha, etc.
“Zé Trindade: A última chanchada” faz parte do projeto do riso
idealizado pelo produtor Eduardo Barata, que tem como objetivo
homenagear grandes nomes do humor que contribuíram para o
desenvolvimento e consolidação desse gênero nas artes. Compõem o projeto
os espetáculos “A Garota do Biquíni Vermelho” sobre Sonia Mamede, “A
Vingança do Espelho: A História de Zezé Macedo”, além das peças sobre
Consuelo Leandro e Ivon Cury, em fase de captação.
Com 16 anos de carreira, João Fonseca que já dirigiu 40 espetáculos, comenta: “Esse
trabalho é muito diferente dos anteriores que fiz, é um musical pequeno
mas tem a cara da comédia. Quem conheceu Zé Trindade vai relembrar e
quem não conheceu vai ficar curioso para saber mais sobre ele. As
pessoas devem admirar nossa história, nosso teatro e todos esses
personagens que foram fundamentais para a formação do humor no Brasil”.
SERVIÇO
Temporada até 01/12.
De quinta a domingo 19h - R$ 20.
Centro Cultural Correios
R. Visc. de Itaboraí, 20 - Centro Rio de Janeiro
Lotação: 199 lugares
Classificação: 14 anos
Duração: 90 minutos
Comédia musical
Temporada até 01/12.
De quinta a domingo 19h - R$ 20.
Centro Cultural Correios
R. Visc. de Itaboraí, 20 - Centro Rio de Janeiro
Lotação: 199 lugares
Classificação: 14 anos
Duração: 90 minutos
Comédia musical
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