Olá senhoras e
senhores; queridos e
queridas; amigos e amigas; amadas e amados.
Acaba de chegar a nova estação:
o friozinho gostoso acaba de tirar a máscara do outono, para dar o ar da sua
graça de inverno.
A equipe da Casa Poema,
Elisa Lucinda e Geovana Pires convidam você a se aconchegar em
nosso simpático jardim para tomar um café ou um chá e provar o delicioso bolinho
da nossa queridíssima secretária Carmem Lúcia Rosa, que já está se tornando
tradição da Casa e do espaço “Café Pessoa”.
Para acompanhar o convite segue
abaixo a programação para esquentar a primeira temporada do inverno:
- Sarau da Casa
Poema
Dia 28, última quinta de junho,
como vem acontecendo todo mês, este é o dia em que abrimos o palco para todos
aqueles que querem de alguma forma se manifestar artisticamente, seja lendo um
de seus textos, ou falando uma poesia que goste, cantando uma musica, contando
uma piada ou tomando coragem na hora para falar aqueles versos que sua avó
repetiu para sua mãe, que contou para você quando era criança e que a musica do
cara que acabou de se apresentar te fez lembrar!
E quem gosta de curtir um
repertório artístico do que tem de mais variado e democrático: a classificação
etária é livre e a entrada franca (traga um livro de poesia para nossa
biblioteca poética).
- Lançamento do Livro
de Daniel Rolim Rocha
Dia 04 de julho, lançará seu
livro “Cine Poema - Olho Vivo”. Nosso querido Professor foi
premiado por um Edital da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.
Para esquentar o lançamento os alunos e professores da Casa Poema prepararam um
Recital com poemas do
livro.
Serviço:
Dia: 04 de
julho
Local: Livraria
Blooks Arteplex Botafogo
Horário:
19h
- Aula
Aberta
Venha assistir uma aula
gratuita, no dia 09 de julho (segunda-feira) às
20h, com a presença de nossa querida Elisa Lucinda.
Àquele que realizar a inscrição neste dia fica isento da taxa de
matrícula.
- Oficina de
Férias:
Dia 16 ao dia 20
de julho.
“TRAZEMOS A PESSOA
AMADA, POR SI MESMO, EM CINCO DIAS!”
A Oficina de Férias é aberta a
todas as pessoas, de todas as idades e profissões. Mas escolhemos este período
de julho especialmente para que os professores possam participar e abastecer
seus corações de conteúdo de vida para tirar o segundo semestre de letra,
literalmente!
- Casinha Poema –
Colônia da Palavra
Dias 23 a 27 de
julho
Traga seu filho para passar a
segunda semana de férias na Casinha Poema: serão cinco dias de brincadeiras
criativas, jogos teatrais, atividades artísticas, contação de história e oficina
de poesia falada! Opção de ser pela manhã ou à tarde.
- Exposição
“Colheita no Outono”
Do outono guardamos para nossos
queridos visitantes a delicada exposição de Marcia Cisneiros - "Colheita no
Outono de pinturas e desenhos a bordados”, que será hóspede das paredes de nossa
Casa Poema com entrada gratuita.
Serviço:
Exposição – "Colheita no Outono
de pinturas e desenhos a bordados”.
Do dia 26 de junho
até o dia 26 de julho de 2012.
Horário de Visitação:
segunda à sexta de 9h às 18h.
Sinopse:
A exposição nos
mostra o caminho dessa artista nos últimos
anos.
Autodidata, Márcia começou a
pintar aos 50 anos. Pernambucana de Recife, desde seu inicio nas artes
visuais, mostra com muita garra e cores um universo essencialmente figurativo.
Foca na feminilidade e aguça de maneira muito genuína os componentes
fortes e doces do gênero.
Serão expostas
18 obras de Márcia: desenhos, técnica mista com colagem pinturas em acrílica
sobre tela e sua grande novidade – o bordado.
Fiqem com uma crônica de
Elisa Lucinda
É noite de chuva na Vila de Itaúnas. Desligo a televisão para ouvir
melhor a chuva. Adoro televisão. Vejo bons programas, filmes ótimos, fora os
dvds que a gente vê. Portanto não teria desligado se lá não estivesse em cadeia
nacional uma artista contando sua vida pessoal e só. Esta parece estar sendo, na
linha dos realitys shows, um grande entretenimento dado ao povo. Não interessa à minha formação como cidadã o motivo
pelo qual ela não se casou com fulano ou cicrano; me interessa o ponto em que
nossas vidas se encontram, e a dela
pode influenciar na de meu país;
esse ponto é a arte. Por isso prefiro as ficções cujo conteúdo nos traduzem com um novo olhar,
esclarecedor. Aprendi muitas coisas com algumas novelas, por exemplo. Novela não
necessariamente emburrece. É como
diz meu filho Juliano Gomes: “não
se pode condenar um gênero, tipo eu não gosto de teatro; mas se pode dizer eu não gostei daquela
peça”.
Acabo de
desembarcar de uma despretensiosa e ousada dramaturgia. Eu não sei se todo mundo
percebeu essa telenovela que o Miguel Falabella botou no prato das sete da mesa
brasileira. Escândalo. Porque fiz parte dela, com muita honra diga-se de
passagem, me vi em impedimento para sobre ela discorrer estando ainda o time em
ação, pareceria proselitismo ou o que seja, sei lá. Mas agora eu falo, o Miguel
usou o horário para desfilar seu
humor filosófico, observador, cruel, realista, debochado, lúcido, inquieto e
educador em cena. Não estou exagerando, Miguel usou a ficção para desfrutar da
originalidade que uma realidade já tem e a ficção quando boa é capaz de
alcançá-la. Com nomes criativos,
gordos, magros, pobres, ricos, ladrões, jogadores, vilões de toda a sorte, idade
e tipo, circulavam com riqueza e
graça num democrático enredo. Só de pretos tinham dez .Ouvia-se a boca miúda que
o autor pegou toda a cota e colocou numa novela só. E é verdade que é
discrepante a proporção de negros no casting nacional em relação a
teledramaturgia americana, por exemplo. Houve uma noite em que estavam na tela
cinco atrizes negras contracenando ,sem ser novela de época na senzala. Eu nunca
tinha visto. É uma notícia boa e ruim. Boa porque aconteceu, ruim porque ainda
conto, noto e anoto isso. Quisera
que essa reflexão nem me viesse a cabeça. Quisera que esse assunto já estivesse
passado a limpo. Numa cena, a personagem da Karen, uma cabelereira negra que
está namorando uma personagem do Fred, que era um médico branco recém- separado,
este pergunta a namorada por que será que Dalva, a babá negra não aceita aquela
união. O personagem então responde: “Minha vó que foi a primeira negra formada
em química no país , me ensinou muita coisa e entre elas que sem educação os
oprimidos se transformam em opressores. Observe-se que luxo: esta releitura dos
nossos funcionamentos sociais estavam espalhados em toda obra, sem maniqueísmos.
A Ana Girafa, travesti que o Luiz
Salém fez com bastante carisma e doçura, tenho certeza, desempregnou um pouco da
crosta do preconceito, esta invisível catarata que cega e diminui a visão de
jovens, brancos, pretos, héteros, homos, pansexuais do mundo inteiro. Na novela
do Miguel, o espelho mostra seus
contrários e também os ilumina:
Travestis são bons, obesos são
capas de revista, têm associações de amantes da fartura, banham-se na internet. Eu ainda não disse aqui que
o autor entrava na narrativa, assumindo-se seu arauto, comentarista e condutor
de suas reflexões com versos. O homem costurava o texto dos diálogos com a
poesia de sua prosa e ainda citava grandes nomes da literatura universal! Um
choque. De Cecília Meireles a anônimos jovens autores, o Falabella saiu
salpicando poesia no horário onde crianças estão de olho na TV e se distraem
assim, com a historinha animada que estão contando pra ela. O caldeirão de
ideias desse autor nos deu uma
novela diferente. É possível oferecer um conteúdo aproveitável , já que é esta a
grande atração gratuita que o país disponibiliza à nação. Sabedores disso alguns
autores aproveitam para falar à população aquilo que ela
normalmente não ouve, não escuta e nem vê, porque popularizou-se o dogma de que
ao povo se deve dar baixa qualidade
não só de roupas, mas de pensamentos também. Ficção é feita para voar e há de sempre nos fazer, ainda que não
queira, cair na real. Há os que escrevem sabendo disso, sorte do Brasil. Aquele
beijo. É madrugada, prefiro a chuva.
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