Caminhando na Estrada Cultural

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A MECÂNICA DAS BORBOLETAS

TEXTO INÉDITO DE WALTER DAGUERRE, “A MECÂNICA DAS BORBOLETAS”, DIRIGIDO POR PAULO DE MORAES,  ESTRÉIA 11 DE JANEIRO NO CCBB RIO.
 
 
“Sentimentos de perdas prevalecem em quem busca o sonho de desbravar o mundo e em quem escolhe ficar no mesmo lugar, na mesma cidade. O primeiro acha que perde a participação no crescimento, desenvolvimento e amadurecimento da família. O outro tem a sensação de perda por não aproveitar novas oportunidades e experiências que conhecer o mundo pode proporcionar”, analisa Walter Daguerre autor de A MECÂNICA DAS BORBOLETAS, espetáculo dirigido por PAULO DE MORAES, da Cia Armazém de Teatro, que estréia em 11 de janeiro no Teatro 1 do CCBB. “A construção das personagens é muito bem feita. No texto do Daguerre a dramaturgia retrata o conflito do ponto de vista masculino”, revela o diretor, que em 2012 comemora 25 anos da fundação da Cia Armazém de Teatro.
Um casal e seus filhos gêmeos que moram numa cidade pequena no interior do sul do país.  O pai mecânico morreu e a família manteve em funcionamento a oficina dentro da residência. A história se passa na cozinha, na oficina e no jardim.  A mãe, interpretada por Suzana Faini, é uma dona de casa que cultiva a memória do falecido marido. Rômulo, um dos gêmeos, vivido por Eriberto Leão, quando jovem sai de casa em busca do sonho de desvendar o mundo. São 20 anos sem notícias. Quando volta, já um escritor conhecido, descobre que o pai morreu e encontra o gêmeo Remo (Otto Júnior), que manteve o negócio do pai e prosseguiu no mesmo ofício, no mesmo lugar. Lisa (Ana Kutner) foi namorada de Rômulo, mas acabou casando com o irmão. Uma família acertando suas contas: culpas, cobranças e perdas.  O sonho de Remo: construir uma Harley Davidson, mas uma peça desta moto, a borboleta do carburador, nunca chega e essa mecânica do veículo demora para estar em pleno funcionamento.
A idéia do texto surgiu após uma viagem de Walter a uma cidade do interior, Lavras do Sul. “Observei os hábitos das pessoas do lugar, então comecei a pensar naqueles que saem de suas cidades, e nos que resolvem ficar, como seria a vida deles”, conta o autor.
 
“O cenário mistura a casa: cozinha, jardim e oficina. Tudo é misturado, igual a família da peça”, conta Carla Berri que com Paulo de Moraes assina o cenário. Em cena um Passat dos anos 70, “arrancamos toda lataria azul e optamos por colocar a carcaça cinza chumbo e expor o motor, que é o coração do carro”.  No palco, uma Honda CD400 transformada cenicamente numa Harley Davidson. A moto representa o grande sonho de liberdade que o personagem de Otto Junior, Remo, passou anos construindo. Completam a ficha técnica, o iluminador Maneco Quinderé, Rita Murtinho – no figurino e o músico Rico Vianna na trilha sonora. Bianca de Felippes, da Gávea Filmes, é a responsável pela realização e produção do espetáculo.
 
SERVIÇO
 
11/01 a 04/03/2012
Quarta a domingo - 19h (inclusive carnaval)
CCBB Rio – Sala 1
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 - Centro
Telefone: (21) 3808-2020
Lotação: 172 lugares + 3 boxes para cadeirantes
Ingressos: 6,00 (inteira) e 3,00 (meia)
Classificação etária:12 anos
Duração: 80 minutos

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