TEXTO INÉDITO DE WALTER DAGUERRE, “A MECÂNICA DAS BORBOLETAS”, DIRIGIDO POR PAULO DE MORAES, ESTRÉIA 11 DE JANEIRO NO CCBB RIO.
“Sentimentos de perdas prevalecem em quem busca o sonho de desbravar o mundo e em quem escolhe ficar no mesmo lugar, na mesma cidade. O primeiro acha que perde a participação no crescimento, desenvolvimento e amadurecimento da família. O outro tem a sensação de perda por não aproveitar novas oportunidades e experiências que conhecer o mundo pode proporcionar”, analisa Walter Daguerre autor de A MECÂNICA DAS BORBOLETAS, espetáculo dirigido por PAULO DE MORAES, da Cia Armazém de Teatro, que estréia em 11 de janeiro no Teatro 1 do CCBB. “A construção das personagens é muito bem feita. No texto do Daguerre a dramaturgia retrata o conflito do ponto de vista masculino”, revela o diretor, que em 2012 comemora 25 anos da fundação da Cia Armazém de Teatro.
Um casal e seus filhos gêmeos que moram numa cidade pequena no interior do sul do país. O pai mecânico morreu e a família manteve em funcionamento a oficina dentro da residência. A história se passa na cozinha, na oficina e no jardim. A mãe, interpretada por Suzana Faini, é uma dona de casa que cultiva a memória do falecido marido. Rômulo, um dos gêmeos, vivido por Eriberto Leão, quando jovem sai de casa em busca do sonho de desvendar o mundo. São 20 anos sem notícias. Quando volta, já um escritor conhecido, descobre que o pai morreu e encontra o gêmeo Remo (Otto Júnior), que manteve o negócio do pai e prosseguiu no mesmo ofício, no mesmo lugar. Lisa (Ana Kutner) foi namorada de Rômulo, mas acabou casando com o irmão. Uma família acertando suas contas: culpas, cobranças e perdas. O sonho de Remo: construir uma Harley Davidson, mas uma peça desta moto, a borboleta do carburador, nunca chega e essa mecânica do veículo demora para estar em pleno funcionamento.
A idéia do texto surgiu após uma viagem de Walter a uma cidade do interior, Lavras do Sul. “Observei os hábitos das pessoas do lugar, então comecei a pensar naqueles que saem de suas cidades, e nos que resolvem ficar, como seria a vida deles”, conta o autor.
“O cenário mistura a casa: cozinha, jardim e oficina. Tudo é misturado, igual a família da peça”, conta Carla Berri que com Paulo de Moraes assina o cenário. Em cena um Passat dos anos 70, “arrancamos toda lataria azul e optamos por colocar a carcaça cinza chumbo e expor o motor, que é o coração do carro”. No palco, uma Honda CD400 transformada cenicamente numa Harley Davidson. A moto representa o grande sonho de liberdade que o personagem de Otto Junior, Remo, passou anos construindo. Completam a ficha técnica, o iluminador Maneco Quinderé, Rita Murtinho – no figurino e o músico Rico Vianna na trilha sonora. Bianca de Felippes, da Gávea Filmes, é a responsável pela realização e produção do espetáculo.
SERVIÇO
Quarta a domingo - 19h (inclusive carnaval)
CCBB Rio – Sala 1
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 - Centro
Telefone: (21) 3808-2020
Lotação: 172 lugares + 3 boxes para cadeirantes
Ingressos: 6,00 (inteira) e 3,00 (meia)
Classificação etária:12 anos
Duração: 80 minutos
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