Caminhando na Estrada Cultural

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Escola Lucinda de Poesia Viva



“A Poesia da Canção”
Vale conferir a genial arte de pensar a canção que nosso bamba carioca, o eterno Noel Rosa, nos oferece com sua obra moderna.
“A Poesia da Canção”, nosso primeiro recital cujo conteúdo é a poesia da musica popular brasileira, apresentado pelos ilustres alunos e professores desta singela escola, que não para de crescer. A entrada é um livro de poesia novo ou usado para nossa biblioteca poética.
Dia 11 de outubro (terça-feira) às 20h
O pessoal da “Poeme-se” estará presente na nossa casa com suas pílulas poéticas.
Dia 19 de outubro às 20h Recital “Minha poesia falada” apresentado pelos poetas Tiago Oliveira e Raphael Giammattey, que tiveram orientação de nossa queridíssima professora Geovana Pires.
A curtição de uma aula sem compromisso continua firme e forte. Como muitos já sabem, temos duas turmas:
Segunda-feira das 20H às 22h
Quarta-feira das 10h às 12h
O novo poeta escolhido é Cora Coralina. Venha conferir!
Lembrando que toda última quinta-feira de cada mês a Casa Poema abre suas portas com Sarau no palco do nosso Teatro Possível para quem quiser se apresentar. Pode ser cantando, dançando, batucando, falando poesias, lendo textos e etc. A entrada é sempre um livro de poesia novo ou usado para nossa biblioteca poética.
O próximo será no dia 27 de outubro a partir das 20h.
Endereço: Rua Paulino Fernandes, nº 15
Botafogo – próximo ao metrô
Fiquem com uma poesia de nossa querida Elisa Lucinda.

JARDIM ABSOLUTO
Diante de ti e exposta à tua contemplação,
recebo lições que equivalem a viajar o mundo inteiro de repente
e a falar mil línguas fluentemente.
Interagir com a aula é que é a prova,
muda e silenciosa é sua floração,
calado é o seu crescimento.
Mas pra mim, são ainda tambores de fevereiro
batendo forte no couro do pensamento.
Entro com pés delicados em outubro,
mas trago um coraçao recoberto pela flora de setembro.
Ah ,meu jardim eloqüente, cruzeiro, viagem, absoluto evento!
(é jardim como de toda a gente, mas só por ser meu é um jardim diferente.)
Está tudo aqui:
o trabalho do sol,
o ofício clarioso da luz,
seu tear didático e inconsúltil
no sofisticado cinema simples da fotossíntese.
É fotografia do mundo quando em paz,
é sua definição, sua possível síntese.
Há em ti todos os representantes da vida:
os quatro elementos, sua loucura,
seus divinos ventos,
a persistência das raízes,
a fina firmeza das hastes.
O resultado cromático pronunciado em pétalas,
tudo confirmando a nossa humana bravura no tempo.
E por cima desse tudo,
está a estação lírica do meu contentamento.
Escrevo o que vejo acontecer por debaixo da terra,
de acordo com a palestra estética e ética desta brotação.
Verde, verde, verde,
te amo, meu jardim absoluto!
Te levo comigo inteiro,
retrato três por quatro amarelado,
vivo e oculto dentro da carteira,
guardado como concreta subjetividade querida,
na algibeira traseira da calça comprida
da minha vida!

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